Há um ano
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Escolhas...
É como se uma musica triste tocasse dentro do peito. Invadisse todo meu corpo, tomasse conta de mim... Não parece real o que vivo agora. É como se fosse algo que acontecesse além, aquém...
Incerteza! A única certeza que tenho agora é que o futuro é incerto. E por isso não me prendo a dor que agora lancina meu coração. Da brasa viva que me incendeia a alma, tento sorver o calor e não o ardor. Ardor enlouquece, desatina. Nos tira o chão.
Calor acalma, aconchega e faz dormir na certeza de uma noite segura
Febre! Queimo em meus pensamentos que vagueiam dentro de mim mas mesmo assim sinto frio.
Medo! Mesmo segura entre paredes sedimentadas e sólidas eu tremo.
E o silêncio reinou pois senti me despida de palavras para escrever….
Nada que se dissesse poderia descrever o que sentia naquele instante
A imagem desfigurada de um olhar. Decepção e mágoa resumiriam...
Me afastei deixando pra trás uma alma partida. Um rastro feito de sonhos desfeitos.
Alguém sempre sofre. Alguém sempre chora...
Nem sempre escolher o que é certo é garantia de felicidade, mas é como deve ser.
Mas o que é certo? Quem pode ao certo dizer...
sábado, 4 de junho de 2011
Sem Rumo
Às vezes sinto o silêncio nas minhas entranhas, a tomar de rompante todo o meu ser, um dia solitário, um momento perdido com uma réstia de luz que rodeia apenas algo de mim. Procuro-me dentro de uma alma que já não sei qual é, sem que saiba sequer onde procurar...quero ir para onde a possa encontrar, quero encontrar a paz. Pega na minha mão e leva-me de volta a mim. Já não sei quem és, quem eu sou, se somos a mesma pessoa, se temos a mesma cara, se nos encontramos todos os dias no espelho. Entre o vazio e o infinito, perdido no tempo, num oceano despido de cores e sons....
Perco-me a olhar para esse reflexo por vezes meio vazio, num lugar tão distante que já não sei como voltar para o ponto de partida... tão longe que não vejo sequer quem era quando parti nesta caminhada.... Parada em encruzilhadas, sinto o caminho tortuoso por debaixo dos meus pés. Dou pontapés nas pedras do caminho à espera que elas me indiquem algo que não encontro dentro de mim, quando no fundo nem sei o que procuro
Só queria voltar a esse lugar onde tudo era mais calmo, onde eu ainda sabia quem era o reflexo no espelho, onde ainda vivia, onde ainda sorria com todo o meu ser, perdido num rio sem preocupação de encontrar o rumo ....
mas afinal.... não é esta uma viagem da qual não se conhece o rumo nem o fim....? .....
Extraído de Olhares...
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Depois da carne
....Quando sais fico com o teu cheiro e o teu sabor em mim...chocolate mesclado com algo que não sei explicar.
olho para a cama vazia, ainda com o calor do amor que fazemos muitas vezes sem acordar, só gemidos perdidos em altas horas da madrugada. Tenho saudades tuas quando vejo o vazio neste espaço infindável que é a minha alma. Longas são as horas e os minutos, contados freneticamente na esperança de sentir o teu corpo novamente a fazer-me revelar os meus segredos, um por um, todos, até ao fim. Até não haver mais segredos ou parte do corpo que te esconda o meu desejo. Divino e profano, depois da carne. O prazer que se mistura e nos leva mais além, além de nós, do mundo, do corpo e da alma....
Tradução...
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