segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Jardim Segreto


Existe um lugar onde só eu consigo chegar
um jardim secreto, onde somente eu posso entrar
Lugar de sombra farta, água fresca e brisa constante
onde me sento a tarde para sorver vida de teus olhos

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Perfume...


Numa noite solitária dos anos mais antigos do passado. Eu na janela olhando a lua, e entre a janela e a rua havia um jardim
Eu olhava a noite e sentia o perfume que vinha do jardim umedecido.
A rua não tinha cheiros, era apenas um espaço cor de cimento e pedra, naquele tempo quase não havia movimento
o jardim da casa não mais existe, nem os tinhorões nem as avencas,
a menina que ficava ali, olhando a noite e o jardim molhado, também não existe mais.
De tudo, o que restou foi o silêncio da menina olhando a noite e sentindo o perfume do jardim...

domingo, 19 de setembro de 2010

Palavras...



É aqui quando me calo
No silêncio mais profundo de minh'alma
Que mais alto falo...

Rabisquei meu quarto com versos de poetas consagrados
Por onde eu vou eles me acompanham. São loucos como eu
Só que possuem palavras, e eu não...

O que busca minh'alma na angustia da ausência?
Essa luz que me ofusca os olhos e irradia chama de vida.
Que encanta e amedronta. Consome e ressuscita...

sábado, 18 de setembro de 2010

Posso?


Posso me sentar hoje ao seu lado e apenas ser eu?
Posso ficar em silêncio ouvindo o tempo, sem que tenhamos que ir embora?
Posso falar de mim, sem que haja um julgamento após, sem que me apontes ou diga que estou certa ou errada?
Posso sorrir sem explicar o porque? Ou ficar séria sem ter que justificar o que se passa comigo?
Posso chorar no seu ombro e pedir-te um abraço, pelo fato de crer no afeto que nos une, sem mais?
Posso reclamar, lamentar, espernear sem achar que um dia você vai repetir para eu mesma o que eu disse?
Posso te ofertar uma mão amiga quando precisares de mim?
Posso escrever o que sinto, cantar uma canção, olhar nos teus olhos ou sumir de vez em quando?
Posso ficar verborrágica, falando bobagens, contando coisas antigas, ou divagando pelo futuro?
Posso falar de inglês, filosofia, psicologia, Freud e Jung, mesmo que você não entenda e mesmo que eu não saiba quase nada sobre isso?
Posso cometer algum erro, vacilar, tendo a certeza que você não vai se afastar?
Posso pintar a vida com cores cinza e preto, ou de repente a colorir sem que você se surpreenda com minhas atitudes?
Posso ser mistério, ou objetiva?
Posso ser sincera sempre, honesta com o que sinto, sem que você entenda que é para seu mal?
Posso ficar brava, fazer dengo, ficar de birra, ser teimosa?
Posso ter medo sem que você me julgue fraca?
Posso não ter tempo ou ter muito tempo?
Posso ser presente, ausente, constante ou inconstante?
Posso mudar de idéia, escolher outro caminho, traçar novas metas, cantar outras canções sabendo que posso contar com você?
Posso me revoltar, me magoar, estressar no trânsito, andar devagar, atrasar, ou adiantar que sei que vais me esperar e entender?
Posso esperar não ser cobrada, sentir sua falta e não dizer nada?
Posso fechar os olhos e confiar no que me dizes?
Posso abrir a porta? - Aonde está a chave?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Silente



A música silente
A idade da ferida
Os dois lados do sonho
O pouso lírico

A temperatura dos gestos
Os ritos da memória
A cidade recolhida
As estranhas simbioses

A dócil sobrevivência
O âmago e a voz
A paz oradora
O paraíso existe

As quedas intemporais
A noite anunciada
Ensaio sobre o nada
O retrato errante

Delírios de uma vida
Segredos sepultados
A têmpera da alma
Sonhos ancorados





Luciana seloy