sábado, 18 de setembro de 2010

Posso?


Posso me sentar hoje ao seu lado e apenas ser eu?
Posso ficar em silêncio ouvindo o tempo, sem que tenhamos que ir embora?
Posso falar de mim, sem que haja um julgamento após, sem que me apontes ou diga que estou certa ou errada?
Posso sorrir sem explicar o porque? Ou ficar séria sem ter que justificar o que se passa comigo?
Posso chorar no seu ombro e pedir-te um abraço, pelo fato de crer no afeto que nos une, sem mais?
Posso reclamar, lamentar, espernear sem achar que um dia você vai repetir para eu mesma o que eu disse?
Posso te ofertar uma mão amiga quando precisares de mim?
Posso escrever o que sinto, cantar uma canção, olhar nos teus olhos ou sumir de vez em quando?
Posso ficar verborrágica, falando bobagens, contando coisas antigas, ou divagando pelo futuro?
Posso falar de inglês, filosofia, psicologia, Freud e Jung, mesmo que você não entenda e mesmo que eu não saiba quase nada sobre isso?
Posso cometer algum erro, vacilar, tendo a certeza que você não vai se afastar?
Posso pintar a vida com cores cinza e preto, ou de repente a colorir sem que você se surpreenda com minhas atitudes?
Posso ser mistério, ou objetiva?
Posso ser sincera sempre, honesta com o que sinto, sem que você entenda que é para seu mal?
Posso ficar brava, fazer dengo, ficar de birra, ser teimosa?
Posso ter medo sem que você me julgue fraca?
Posso não ter tempo ou ter muito tempo?
Posso ser presente, ausente, constante ou inconstante?
Posso mudar de idéia, escolher outro caminho, traçar novas metas, cantar outras canções sabendo que posso contar com você?
Posso me revoltar, me magoar, estressar no trânsito, andar devagar, atrasar, ou adiantar que sei que vais me esperar e entender?
Posso esperar não ser cobrada, sentir sua falta e não dizer nada?
Posso fechar os olhos e confiar no que me dizes?
Posso abrir a porta? - Aonde está a chave?

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