quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Palavras ao vento


Vontade de berrar! Será que alguém vai ouvir?

Perder algumas coisas é preciso, mais que isso, é vital. Ninguém suportaria carregar tudo...
Ninguém é um livro aberto. Só mostramos o que convém. Quero o oculto. O que não se vê. Sou melhor com os dentros.
No meio de tantas coisas, correria, importâncias e desimportâncias, qual é o espaço que te sobra? Que lugar ocupas? E eu? Que lugar ocupo nesse tempo e espaço ? Que lugar ocupo na sua vida?

Tempo, tempo, onde se esconde meu momento?"
Queria ser ponte, mas sou o vazio...
Não houvesse esse abismo entre mim e ti, eu te puxava pra perto e dançaríamos sobre uma ponte feita de estrelas...
Sofro de memórias. Vidas recolhidas nos cantos importantes de mim. Sofro de relicários.

Fico à beira. À espera de qualquer ato que me mostre que você se importa.
Eu nunca sei o que as palavras querem que eu diga. Deixo-me levar e elas vão moldando os caminhos em mim.
Às vezes é preciso gritar bem alto as coisas que nos ferem para descobrir que elas não são tão importantes assim...
As vezes... na maioria das vezes, falta coragem pra gritar...

Há um mundo queimando lá fora e outro, inflamável, correndo perigo aqui dentro....
Tantas vezes digo: não quero fazer sentido. Sentido não é de fazer. Sentido é de sentir. Eu sinto!
Eu, imensa. Tu, metades. Eu, toda. Tu, quase...



Van Luchiare

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ser



Que os nossos sonhos sejam contados quando nossos corações questionarem os porquês das nossas duvidas.
Que nossos extremos sejam perdoados, deixemos os conceitos, lutemos para sermos apenas essência de nós mesmos.
Não vou me martirizar e tentar ser diferente pra fazer alguém se sentir melhor. Eu sou isso aqui mesmo.
Sou bipolar, as vezes to triste e do nada fico alegre depois revoltada, depois alegre de novo, essa sou eu, aceite. rs...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Tarde te amei...


Entrei no meu íntimo
Sob tua guia e o consegui
Porque tu te fizeste meu auxílio
Entrei e vi com os olhos do coração
A luz imutável forte e brilhante
Que conhece a verdade
Conhece esta luz

Ó eterna verdade
Verdadeira caridade
Tu és o meu Deus
Por ti suspiro dia e noite
Desde que te conheci
E mostraste-me então quem eras
Iradiastes sobre mim a tua força
Dando-me o teu amor

Tarde te amei, tarde te amei
Ó beleza tão antiga e tão nova
Eis que estavas dentro e eu fora, e eu fora
Seguravam-me longe de ti as coisas
Que não existiriam senão em ti
Estavas comigo e não eu contigo, e não eu contigo
Chamaste, clamaste por mim e afugentaste minha surdez brilhaste, resplandeceste sobre mim
Lançando para longe minha escuridaão
Exalaste perfume e respirei
Tocaste-me e ardi por tua paz

Irmã Kelly Patrícia

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Resumo...


Manhã cedo, no pingar de um sol que se alimenta de pele.
Hoje vesti-me de negro, sapatos enfiados no presságio de um dia lamento; E sabe-se lá porquê, é molde preguiçoso de uma vontade que se teima cinzenta.
Lavo os dentes até ao cérebro, penteio os cabelos com mãos de alicate, cerco-me de um perfume que não cheira, cheira-me a monotonia ao procurar nos bolsos o dinheiro dos dias. E é num rompante que abro a porta ao medo, saco de lixo na mão e uma canção que não me deixa pensar.
Lá fora, o vento. O vento que me esbofeteia na violência de um despertar na rua, essa artéria crua onde os passos, na enorme pressa de a cumprir, mais parecem ser cúmplices do vagar. Cá fora, o vento. E no peito uma espada, atravessada, em que uma mão incolor a torce porque sim, porque a mente deambula por curvas e rectas, rotundas e setas, porque é óbvio que lhe basta uma parte do verbo negar, porque tantas são as vezes em que caminho sem pensar, mas a espada é cativa e a dor um vício que a alma – inconsciente – alimenta. Tal como as mãos da sofreguidão, na razão diária de querer esquecer e, porém, nada faça para o merecer.
Manhã cedo, neste cais. Navego sem velas e não me guio pelas estrelas, também o meu fundo não é o mar, é mais um tapete gasto e áspero, de onde parto na viagem rotina, dobrando esquinas – todas iguais – lambendo colinas e o sol, o que se alimenta da pele, tudo percebe, até o motivo porque digo navegar quando, no rosto da verdade, nada mais me é permitido do que a garantia que voltarei a atracar.

... rasgando sonhos. Rasgados sonhos...


Estou escondida na cor amarga do fim da tarde.
Peço às nuvens para passarem. Para que passe o sol por cima dos meus olhos no momento em que o dia segue a rota do meu corpo
Claridade. Obscura quietude...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Sol...


Ela nunca o conheceu,
Então…
.
Porque o coração dela acelerava,
Sempre que ele,
Calmamente, lhe escrevia um “olá!”?
.

Que estranho encantamento,
Teria ele, sobre ela?
.

Seria o total desprendimento dele,
Que a prendia?
.

Seria a complexa simplicidade dele,
Que simplesmente a desarmava?
.

Seria o ingénuo humor dele,
O responsável pelo genial sorriso,
Nos olhos dela?
.

Ela nunca o conheceu,
Apesar disso,
Conheceu-o muito bem.
.
Ele gostou que ela,
Mesmo não o conhecendo,
O tivesse conhecido tão bem.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vai passar...


Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã,
mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe?
O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre
resta essa coisa chamada "impulso vital".
Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que
nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem
sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada
qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um
movimento te supreenderás pensando algo como
"estou contente outra vez".

(( Caio Fernando Abreu ))

domingo, 5 de dezembro de 2010

???


Pesos na mesma medida, o medo e o desejo!…
Eu tenho tempo?! Tenho talvez alguns segundos… Que passam correndo por mim, e se eu fracassar, nada mais me dará outra possibilidade! Nem sempre se ganha, nem sempre se perde… Afinal, o que é perder?! Perder, ter… Por que me invade uma tortuosa sede em ter? Não, nada material… Apenas é um ter que está impresso no passado, projetando um presente, um modo de não mais partir. Há tantas partidas, pedaços no caminho. Onde estão os pedaços perdidos, sem tempo de resgate?! Não quero mais…
Cansa-me alguns, “alguéns”… E, tão rápido passam. Vão juntando-se às pedras, aos restos de mim. Onde me encontro hoje? No ar… Não me pertenço, por hora. Deixo-me levar pela estranha vontade de não ir. E onde quer que eu vá a mim está à sede de ter, novamente… Novamente! Preciso arrancar de mim as algemas que me impedem. Algemas de alienação, de tantas faltas de possibilidade ou uma infinitude delas que preferi não olhar.
Também sou uma falta de possibilidade, quimera minha intuir que seria a única a sentir isso. Sempre passando, nada ficando, gerundios. Desapegando-se do que apegava, pleonasmos. Ia… Eu fui seguindo, seguindo. E parei. Avistei. Não tive gana de conquista, não a tenho.
Quantos eu vi, quantos fechei os olhos. Não quero passividade, não pertence a mim.
Quem sou eu? Uma história?… Quero realidade. Cansei de ser representação. Cansei de olhares que nada vêem além de mim. Sou apenas o que projetam em mim? Sufoca, agoniza. Tira-me o ar. Eu me vejo, e estranho-me. Até quando?… Vou correr as léguas que o hoje me permite.
Não… Não tenho coragem! Palpita-me as entranhas. Eu vou, eu volto, e não saio do lugar… Libertar-me! De quem? Sou presa a mim mesma, covardia. Sou presa ao que escolhi, sou presa! Presa fácil… Difícil é ter-me. Difícil é ser inteira. Não existe completude. Sou metade. Não espero nada de mim. Nem do tempo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O que os olhos não vêem...


Ingenuidade querer/almejar a pureza de outrem! Se sou pequena e ingênua, eu vejo, sinto, expresso…entretanto, não quero inspirar a beleza dos grandes escritores… eles me inspiram… Se eu os fosse interpretar… Cantaria!

Sou e transpareço parte da minha identidade de ser em movimento…Meu espaço, meu direito! Não o julgamento daqueles que não me conhecem, mas me vêem através de si como se eu fosse eles, elas…

Quem disse que o que os olhos não vêem, o coração não sente, não sabe que o que o coração sente os olhos não precisam alcançar...
sou um ser complexo de ser amada!
Eu sou um desafio!

Celebro a vida, sofro em poemas, choro com músicas, alegro-me com as verdadeiras proximidades,... me entristeço com os artíficios, mentiras e falsidades

Deixo-te livre p me ver como sua imaginação quer, deixo-te livre para me ler nas entrelinhas, mas a interpretação é sua, pode ser apenas sua
Não queira que sua imaginação seja a minha verdade, você pode estar tremendamente equivocado...

Há algo em mim que não pertece à sua interpretação…
As vezes o que está oculto nem sempre é proibido, às vezes é simplesmente inexplicável...

Ouvindo a chuva agora. Janelas e coração abertos...