domingo, 29 de agosto de 2010

Noites


Nos instantes mais escuros
enquanto todos dormem
e tudo parece tranquilo

teu choro me acorda
meu instinto se aguça

que mal há de existir
barulho, escuridão
o medo que te cerca
e a solidão que te acompanha

Não faço tempo para correr
te abraço em silêncio
De olhos fechados
de coração aberto

Exatamente aí
É onde me sinto importante
é quando teu choro acalma
e então podemos dormir

Maninho...
... pra acalmar teu coração, uma prece minha...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Definições...


Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta
um capítulo.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.

Mário Prata

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mudança de Estações


Eu me lembro de um tempo
Minha mente frágil, virgem
Assistiu ao nascer avermelhado do sol
E imaginou o que poderia encontrar
A vida era cheia de maravilhas
Eu sentia o vento quente soprar
Eu explorava as fronteiras
e transcendia as profundezas da neve do inverno
Inocência me acariciando...
Eu nunca me senti tão plena antes
Havia tanta vida em mim
E ainda assim eu pretendia ir em busca de mais
Mas esses dias agora se foram
Mudaram como uma folha em uma árvore
Assoprada para longe para sempre
Para dentro da brisa fria de outono
A neve agora caiu
E meu sol já não é tão brilhante
Eu luto para me segurar
Com as minhas últimas forças
Viciante e sutil,
Luto para amenizar a dor
Luto para encontrar a sanidade.

Carpe Diem, aproveite o dia'
Eu sempre me lembrarei
Dos dias de céu claro ,
Das tardes do outono,
Dos sons no salão,
Do relógio na parede, passando o tempo.
'Aproveite o dia'
Eu ouvi ele dizer...

'A vida não será sempre dessa maneira
Olhe ao seu redor...
Ouça os sons...
Aproveite sua vida enquanto você ainda está por aí...'

""Colha seus botões de rosas enquanto você pode",
O velho tempo ainda está voando;
E essa mesma flor que hoje sorri,
Amanhã estará morrendo."-> Citação do filme" Sociedade dos Poetas Mortos""

Nós podemos aprender com o passado,
Mas aqueles dias já se foram.
Nós podemos esperar pelo futuro,
Mas pode ser que não haja um.
As palavras prendem-se em minha mente
Vivas sobre o que eu aprendi.
Eu tenho que aproveitar o dia...
Para casa eu retornei,
Preparando-me para o vôo
Eu me segurei com todas as minhas forças
Temendo o pior dos meus medos.
Ele caminhou noite adentro...
Ela se virou para uma última olhada...
Ele a olhou nos olhos...
Ela disse, 'Eu te amo... Adeus'.

Mudança de estação, mudança de luz, mudança de cores... Troca necessária para a renovação; para a recomposição...

-tem músicas que falam por mim...
(Ao som de 'Non Me lo So Spiegare')

domingo, 15 de agosto de 2010

Memória


Não quero seguir
por estradas já antes percorridas
É muito difícil encontrar portas que ainda não foram abertas

Passei um tempo comigo
Para me lembrar de tudo que é real
Estive calma e o vento mais ainda

É engraçado como o silêncio nos fala
às vezes quando estamos sozinhos
Porque se no lado de dentro não se vê a luz
Não será possível encontrá-la do lado de fora

É estranho como o tempo pode mudar, reorganizar e
a distância fazer a dor desaparecer
O que era importante na época não importa agora

Me esconder...

Para que eu tenho este dom meu amigo?
Minha vida, meu amor, minha alma
Por muito tempo sangrando
E isto tem me feito amadurecer
Correr nos campos do tempo

Linhas formam minha face e minhas mãos
Linhas vindas dos "altos e baixos"
Escondendo pensamentos
Esquecer que muitas coisas não foram ditas
Essa vida remanesce a mesma
Eu mudei mas ainda me sinto perdida

Por favor me diga que caminho devo seguir
Grito meu nome para me lembrar
Que ainda estou aqui
Quando as sombras pintam as cenas
Onde os refletores costumam cair

Silêncio...

E me deixo admirar no espelho dos teus olhos
Coração batendo bem forte
Embora os nomes tenham mudado
No fundo nós somos os mesmos
Por que não podemos derrubar essas paredes?
Para mostrar as cicatrizes que estamos cobrindo

Quando dois mundos se colidem
Como se de um poço levantásse-mos
Como o dia quebra o amanhecer
Como a lua esconde o sol
Silencia-se agora o som
Minha respiração é único movimento ao redor

Pouco tempo se passou,
Parece que foi eterno
No meu coração, há memória
Meu sacrifício


Luciana Seloy

domingo, 8 de agosto de 2010

A Fuga Do Vale


Abre logo o portão
Madrugada por todo o vale
Tá suando emoção
Tá com medo, e tem um detalhe
O medo embaça a visão
Abre logo antes que te abale
Ande na escuridão
O teu sonho parece um vale
Preso entre os morros não
Solte o sonho antes que se cale
Madrugada por todo vale...

Vivendo e aprendendo...





Hoje experimentei a beleza do “não saber”
É engraçado como algumas pessoas se irritam diante do não saber. Talvez por se sentirem inferiorizadas, como se desconhecer determinado assunto ou situação as revelassem frágeis ou incapazes. Como se as inferiorizasse.
Não tenho medo de não saber, tenho medo de não querer saber. Pior ainda, tenho medo de achar que já sei tudo. Achar que já estou pronta, acabada...
Acabado só quem morre, portanto acredito que a síntese da vida consiste em “não saber”. Só assim se aprende e só assim se vive.
Vivo para aprender, aprendo para viver. Vivo...