sábado, 4 de junho de 2011

Sem Rumo


Às vezes sinto o silêncio nas minhas entranhas, a tomar de rompante todo o meu ser, um dia solitário, um momento perdido com uma réstia de luz que rodeia apenas algo de mim. Procuro-me dentro de uma alma que já não sei qual é, sem que saiba sequer onde procurar...quero ir para onde a possa encontrar, quero encontrar a paz. Pega na minha mão e leva-me de volta a mim. Já não sei quem és, quem eu sou, se somos a mesma pessoa, se temos a mesma cara, se nos encontramos todos os dias no espelho. Entre o vazio e o infinito, perdido no tempo, num oceano despido de cores e sons....

Perco-me a olhar para esse reflexo por vezes meio vazio, num lugar tão distante que já não sei como voltar para o ponto de partida... tão longe que não vejo sequer quem era quando parti nesta caminhada.... Parada em encruzilhadas, sinto o caminho tortuoso por debaixo dos meus pés. Dou pontapés nas pedras do caminho à espera que elas me indiquem algo que não encontro dentro de mim, quando no fundo nem sei o que procuro

Só queria voltar a esse lugar onde tudo era mais calmo, onde eu ainda sabia quem era o reflexo no espelho, onde ainda vivia, onde ainda sorria com todo o meu ser, perdido num rio sem preocupação de encontrar o rumo ....


mas afinal.... não é esta uma viagem da qual não se conhece o rumo nem o fim....? .....
Extraído de Olhares...

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