domingo, 30 de maio de 2010

Memórias...


Chegue aqui,moço! Venha sentar-se à minha mesa; Aí fora está fazendo tanto frio, Aqui está aconchegante. Deixe-me cuidar de você, amigo.

E sinta-se em casa, Suas angústias, ponha no meu coração E os pés, numa cadeira...

_e como cantava Edith piaf:
Não! Nada de nada... Não! Não lamento nada...! Nem o bem que me fizeram Nem o mal, isso tudo me é bem igual!
Varridos os amores E todos os seus tremores Varridos para sempre Recomeço do zero.

Com minhas lembranças Acendi o fogo Minhas mágoas, meus prazeres Não preciso mais deles!

Não, nada de nada... Não! Eu não lamento nada... Está pago, varrido, esquecido Não me importa o passado

Não! Nada de nada... Não! Eu não lamento nada... Nem o bem que me fizeram Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não! Nada de nada... Não! Não lamento nada... Pois, minha vida, pois, minhas alegrias Hoje, começam com você!


"Na minha memória - tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos."

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Intimidade



Que seja assim! Tardes que caem para que nasçam as noites. Acordes que terminam para que a pausa prepare o som que virá. A vida e seu movimento tão cheio de sabedoria. Que seja assim! Que seja sempre assim! Esquinas que dobramos com o desejo de alcançar outras esquinas. Depois da chuva, o frescor. Tudo prepara uma forma de depois, como se o agora fosse uma passagem constante que nos conduz com seu cordão invisível. Eu vou. Vou sempre. Não sei não ir. Minha curiosidade me move para dentro de mim. Sou um desconhecido interessante. A cada dia uma nova notícia me entrego. Eu me dou em partes, como se devolvesse o que já sou, Àquele que me deu totalmente. Vivo pra desvendar. Esquinas; tardes caídas; manhãs que se levantam com o sol. Ando amando mais. Meus amigos são tantos; meus limites também. Cada vez mais padre, mais feliz. Eu sou sem medo de errar. Eu desejo a sacralidade de cada dia. Deitar no chão da existência é tão necessário. Eu me levanto mais devolvido, porque há muitas partes de mim esparramadas, caídas pelas esquinas da vida. Recolher-me é obra que faço por Deus. Estou em reformas. Deus o sabe. Ele é que tirou a primeira pedra. Tirou. Não atirou. Deus não sabe atirar. Prefere tirar. Eu deixo. Sou Dele. Quero ser sempre mais. Em partes, pra ser todo. Ele me devolve a cada dia. Eu também. Lição de casa que faço com gosto.
Vez ou outra Ele me olha nos olhos e me dita poemas. Fico tão encantado que até esqueço as palavras. Ele manda eu prestar atenção. Digo que não sei. Ele ri de mim. "Poetas são todos iguais" - conclui enquanto mexe no meu cabelo. Eu o vejo de perto, bem de perto. Por vezes sinto o desejo de lhe pedir o impossível, mas aí me falta coragem. Aí peço que me dê só o necessário. Ele me surpreende com medidas que não mereço. Fico mudo, sem saber dizer. Ele me socorre com seu sorriso. E de súbito, as palavras voltam a fazer parte de mim.
(... Do meu amigo padre Fábio....)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

" O Acendedor de Lampiões ..."



Lá vem o acendedor de lampiões da rua !
Este mesmo que vem enfatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrecer o poente!

Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais acende imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se presente.

Triste irônia atroz, que senso humano irrita:-
Ele que doira a noite e ilumina a cidade.
Talvez não tinha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também que nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua ! "


"colocamos um cartaz do seu show na farmácia. É impressionante como vc é querido....
As pessoas contam como de alguma maneira, voce fez diferença na história delas. Em como suas palavras foram redentoras em suas vidas.
Algumas até se emocionam. Confidenciam sem cerimônia diante da sua foto: "Ele mudou minha vida"
Fico cheia de um Orgulho(santo) de te conhecer a tanto tempo e saber que vc faz parte da minha história..
Uma vez , a muito tempo atrás eu falei que vc tinha nascido pra isso. Pra ser luz na vida das pessoas...
Sabe a história do " acendedor de lampiões da rua"? Pois é meu amigo...O cargo é seu! A rua? Nossas vidas. Abç e fique e bem..."

domingo, 23 de maio de 2010

Esta calma...


Mas está calma
Parece querer dormir
Então com os olhos
Ela me vem buscar
Então se remove
Também o último véu
Também o último céu
Também o último beijo

Ah, talvez seja culpa minha,
Ah, talvez seja culpa tua,
E assim estou sozinha a pensar

Mas a vida é
Tudo ou nada
Talvez nem um porque
Com as mãos
Ela me vem buscar
Então me abraça,
Lentamente me deixa,
Lentamente me abraça,
Lentamente me olha.


E o chamam amor,
E o chamam amor
Um espinho no coração
Que não causa dor
É um deserto
Esta pessoa
Com a areia
No fundo do coração
E tu,
Que não me sentes mais,
Que não me vês mais,
Possuis ao menos a coragem
E a força de dizeres
Que estou contigo

O mar calmo da noite



Não sei dizer com certeza
Qual a razão do meu choro
Que não pôde resistir
A um canto tão doce
Que mudou o meu amor

E se como ao surgir do sol
Nos encontrássemos ainda juntos
Por favor diga me
Se rende aos estúpidos e aos sábios
O amor, meu amor

Se dentro da alma
Você fosse música
Se o sol estivesse dentro de você
Se estivesse mesmo
Dentro da minha alma
Então sim, que poderei ouvir
No meu silêncio
O mar calmo da noite

Mas, aquela imagem sua
Tão perdida nos meus olhos
Trouxe-me a verdade:
Ama aquilo que não tem
O amor, meu amor

terça-feira, 18 de maio de 2010

só pra pensar...


Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir Pudim de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido. Um só.
Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.

Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.

Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.


Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá,mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança


Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou
e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que apenas aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
vários pedaços de pudim,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga:
um pudim inteiro
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.
OK?
Não obrigatoriamente nessa ordem.
(nem necessariamente o Richard Gere...rs)


Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago...



autora desconhecida...rsrs

domingo, 16 de maio de 2010

Noite Escura


Em uma Noite escura, com ânsias em amores inflamada, ó ditosa ventura!, saí sem ser notada. estando minha casa sossegada.
A ocultas, e segura, pela secreta escada, disfarçada, ó ditosa ventura!, a ocultas, embuçada, estando minha casa sossegada.
Em uma Noite ditosa, tão em segredo que ninguém me via, nem eu nenhuma cousa, sem outra luz e guia senão aquela que em meu seio ardia. Só ela me guiava, mais certa do que a luz do meio-dia, adonde me esperava quem eu mui bem sabia, em parte onde ninguém aparecia.
Ó Noite que guiaste!, ó Noite amável mais do que a alvorada!, ó Noite que juntaste Amado com amada, amada nesse Amado transformada!
No meu peito florido, que inteiro para ele se guardava, quedou adormecido do prazer que eu lhe dava, e a brisa no alto cedro suspirava.
Da torre a brisa amena, quando eu a seus cabelos revolvia, com fina mão serena a meu colo feria, e todos meus sentidos suspendia.
Quedei-me e me olvidei, e o rosto reclinei sobre o do Amado: tudo cessou, me dei, deixando meu cuidado por entre as açucenas olvidado.
São João da Cruz

sábado, 15 de maio de 2010

Desaparecer




Digo que Chorava
Eu estava procurando o que estava na Tv
Dor e Sofrimento
E a luta para ser livre

Isso Não pode ser negado sempre e...
...Eu nunca irei ignorar
Mas quando eu vi você vindo...

Sentimentos que você conhece
Eu estou precisando
De tudo que você pode me dar
Todas as coisas
Que você faz são boas
Palavras são cura
Doce antecipação
Fazendo encantar
E as sombras se fecham
Caem sobre os nossos dias de ontem

Você é tão bom

Digo que eu poderia
olhar dentro de mim e concluir
Mas eu nunca nunca poderia ver ou
Fazer sentido das relações

Dê a volta
Estou eu procurando a salvação
Faça-me acreditar em tudo que eu sou
Você pôs a luz sobre esse ser..


Você é tão bom
Tão doce
E o mundo parece amanhecer
Todos os problemas, todos os medos
E o mundo perde o significado

Só queria o dom de desaparecer...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pés Cansados


Fiz mais do que posso
Vi mais do que aguento
E a areia nos meus olhos é a mesma
que acolheu minhas pegadas.

Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
Os mesmos pés cansados
voltam pra você.

Eu lutei contra tudo
Eu fugi do que era seguro
Descobri que é possível viver só
Mas num mundo sem verdade.

Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
Os mesmos pés cansados
voltam pra você.

Pra você
Sem medo de te pertencer
Volto pra você.

Depois de tanto caminhar
Depois de quase desistir
Os mesmos pés cansados
voltam pra você.


Meus pés cansados de lutar
Meus pés cansados de fugir
Os mesmos pés cansados
voltam pra você.

Pra você.

(bela musica...)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Poema para Josi...



poema menina... Chega qd menos espero, por onde eu nem imagino, quando eu mais preciso. //
me empresta tua graça , teu sorriso, tua raça,
brincando de não ter juízo....

domingo, 9 de maio de 2010

meu maior presente...


Depois de ser mãe, a gente descobre o que veio fazer no mundo....
Essa é minha maior missão...............

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Reflexo


Nada me preenche nesse espaço de tempo. O ócio me revela de forma desconcertante
o tamanho da minha insignificância....
A ânsia de me encarar no espelho
com todas as luzes acesas, sem piedade.
Vontade de registrar os medos e os fantasmas
Todos os sonhos. Os possíveis e os impossíveis.
Rasgar a alma, derramar as sobras
Por pra fora o lixo, erguer o tapete
Revelar todas as necessidades
As vontades menos confessáveis
Seria bom olhar no espelho e apenas
poder me ver.............